Nos dias 18, 19 e 20 de abril vai decorrer no Complexo Desportivo Carlos Lourenço, no Bairro Padre Cruz, a XXXIII edição do Torneio Internacional de Futebol Infantil, anualmente promovido pelo Clube Atlético Cultural que este ano tem como patrono o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa e que vai acontecer em instalações completamente transformadas com obras de ampliação e renovação. O árbitro homenageado é o internacional Artur Soares Dias.
Vítor Cacito, presidente do CAC, acompanhou a equipa de reportagem do Odivelas Notícias numa visita às obras que estão a decorrer no complexo desportivo do clube explicando todos os pormenores desta construção que tem um custo estimado de cerca de 500 mil euros e que se pretendia concluída antes do início do torneio. No entanto, o mau tempo que se tem feito sentir tem atrasado as obras e pode por em causa os prazos previstos. Se ssim acontecer, Vítor Cacito afirma que o Torneio se realizará na mesma, na data prevista e no complexo desportivo do clube.
Cinco campos para jogar e treinar
Na base destas obras de ampliação das instalações está o projeto do CAC de constituir no local uma Academia Desportiva com diversos espaços de treino e de jogo que complementem os já existentes. Neste momento existem dois campos com medidas oficiais para cinco campos, sendo que três deles terão as medidas para a prática de futebol de cinco ou futebol de sete e que «Irão dar imenso jeito» para se treinar e melhorar em muito as condições existentes permitindo, por exemplo, que os jovens atletas possam chegar mais cedo a casa e que possam haver mais atletas a treinar em simultâneo, para além de trabalhos específicos de preparação que agora não podemos fazer. Será uma mudança substancial e importante para o crescimento do clube». Para além dos novos campos, também o campo principal já existente está a sofrer obras de ampliação para cumprir as normas da Federação Portuguesa de Futebol para os campos onde se disputem jogos dos campeonatos nacionais As obras incluem ainda a construção de novas bancadas e balneários. Nesta alturas o Clube Atlético e Cultural tem 15 equipas de futebol federadas e em competição nos vários campeonatos distritais e nacionais e Vítor Cacito não prevê a criação de novas equipas para competição nos escalões existentes havendo o desejo da criação da equipa de seniores masculinos «Que é uma das nossas ambições mas essa criação depende de muitos fatores que temos de avaliar bem».
Academia do CAC pode vir a ter centena e meia de alunos
A Academia a nascer será inteiramente do Clube Atlético e Cultural e não de qualquer clube vindo de fora porque «O CAC é uma referência nacional no futebol de formação e há-de continuar a ser e enquanto eu cá estiver não se vai aliar ao Benfica, ao Sporting ou a qualquer outro clube. Como se sabe temos um protocolo com o Benfica mas não passa pela formação». Na actual escola de formação do clube estão cerca de quatro dezenas de crianças e com as novas condições será possível passar rapidamente para a centena e meia.
«Câmara de Odivelas não parece disponível para apoiar o CAC nestas obras»
Como já dissemos estas transformações no complexo desportivo do CAC poderiam vir a custar, a preços de mercado, cerca de 500 mil euros e importa saber onde o clube irá conseguir um financiamento tão grande. «Em primeiro lugar vamos tentar que o custo final seja o mínimo possível devido à administração directa que estamos a fazer e que irão permitir uma substancial redução dos custos finais. Mas, ainda assim acredito que vamos acabar a obra sem a ter pago na totalidade e iremos andar ainda uns tempos aflitos para assumir todos os compromissos».,Vítor Cacito lamenta não ver da parte da Câmara Municipal de Odivelas uma vontade maior de colaborar no financiamento destas obras. «Não estou a ver essa vontade e estou a sentir discriminação em relação ao CAC. Quando se tratou das obras do sintético do Tenente Valdez a câmara assumiu a totalidade da obra que passou de 300 mil euros o mesmo se passando com o Santa Maria com a reposição do que faltava nas verbas do QREN. Com o CAC parece que não pertence a Odivelas. As razões desta postura só Deus saberá». Até este momento o único financiamento garantido é o subsídio da Câmara Municipal de Lisboa no valor de 182 mil euros. A Junta de Freguesia de Carnide vai apoiar com o fornecimento das plantas para as zonas verdes que irão ser construídas no complexo desportivo. A União das Freguesias da Pontinha e Famões já informou o clube não ter condições para apoiar. Vítor Cacito acredita que a obra não vai ser feita toda de uma vez e que irá parar por falta de financiamento, indo depois ser concluída por fases à medida que se for conseguindo as verbas. «Para acabar o campo principal vão ter de ser feitas uma série de obras e eu não vou criar problemas ao clube com um endividamento incomportável. Ou as pessoas nos ajudam, porque isto é uma obra para a comunidade, porque o CAC coloca todas as suas instalações ao dispor das instituições e das pessoas, ou então vai ser muito complicado, Se nós apoiamos também deveríamos ser apoiados.
A obrigação das entidades é apoiar quem trabalha em prol da juventude e da população em geral».Devido à grandeza da obra e aos seus custos Vítor Cacito considera não ser possível apontar uma data final para a sua conclusão. «Para mim o que interessa acabar é o campo principal, O resto virá por acréscimo». As dificuldades maiores para a conclusão do campo estão mesmo nas condições atmosféricas uma vez que o financiamento para essa fase está assegurado com a última tranche a ser transferida pela Câmara Municipal de Lisboa. Quanto às bancadas elas só poderão avançar que forem conseguidos novos apoios. «Vamos ver se as pessoas têm ou não coragem para ajudar o CAC como tiveram coragem para ajudar outros clubes». Para o presidente do CAC estas obras eram indispensáveis e inadiáveis. «O CAC está numa série de campeonatos nacionais e para o ano não poderíamos jogar em casa porque o campo não teria as medidas mínimas exigidas pela Federação Portuguesa de Futebol. Claro que nos podíamos limitar ao campo principal e ficar com toda a outra área sem aproveitamento mas isso não seria útil para o clube».
António Costa é o patrono da XXXIII edição do Torneio
Sobre a XXXIII edição do Torneio Internacional de Futebol Infantil, Vítor Cacito considerou que vai funcionar nos moldes anteriores não se esperando grandes alterações. «Cada vez com menos recursos e mais imaginação. Como os patrocínios são cada vez menores a nossa imaginação e criatividade têm de aumentar e de recorrer a partilhas e parcerias». O presidente do CAC lamenta que estejam em risco os únicos torneios emblemáticos do distrito de Lisboa, o do CAC e o do Ponte de Frielas, por falta de apoios. «Isto é inconcebível. Não se consegue perceber como é que dois torneios com esta qualidade possam estar em perigo por falta de apoios. Ainda conseguimos ter alguma coisa de bom e não se apoia», desabafou. «A Câmara Odivelas dá apoio logístico mas as coisas não se fazem só com esse apoio». O orçamento da edição de 2013 rondou os 85 mil euros e foi concluído sem prejuízos. Para a edição deste ano as verbas necessárias serão menores. «Conseguimos que os clubes que nos visitam suportem as suas próprias viagens o que reduzirá em cerca de 20 mil euros as despesas do torneio, ficando a nosso cargo apenas os alojamentos e a alimentação». Quanto ao modelo vai ser mantido o dos anos anteriores «Porque resulta e está bem feito». Os clubes estrangeiros presentes resultaram de uma escolha do CAC que não encontrou dificuldades ou recusas nos primeiros convites endereçados. «Queríamos uma equipa inglesa convidámos o Fulham, que aceitou de imediato. Decidimos ter duas equipas espanholas e conseguimos à primeira o Recreativo de Huelva e o Malaga. Também queríamos uma equipa de um futebol diferente, como sempre temos feito para mostrar o futebol de outras partes do mundo, e conseguimos o Al Ahli Club, do Dubai, que estava a estagiar na Academia do Benfica e um dos responsáveis é o Carlos Carvalhal, um amigo com quem joguei há alguns anos e que facilitou os contactos. Bastou um telefonema».
Vítor Cacito deseja que esta edição «Seja mais uma vez um bom torneio, que sejam três dias de festa para quem nos visita e para quem participa. Que as pessoas mais uma vez percebam que são jogos de crianças com 12/13 anos e que saibam estar na bancada a ver futebol e que ética e desportivamente se saibam comportar.
Que o Fair Play impere porque infelizmente as pessoas vão para o futebol e deixam sair todas as suas angústias e todo o seu fel do dia-a-dia e tudo serve de pretexto e para ofender e agredir física ou verbalmente as pessoas. Espero que as pessoas tenham esse sentido de saber estar que isso é o mais importante. Para a maior parte dos miúdos é o expoente máximo da vida deles».
Autoria:
Henrique Ribeiro
henriqueribeiro@odivelasnoticias.pt
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